Ter acabado os estudos há meses atrás não contribuiu em nada para o aumento do meu conhecimento (e esperava honestamente o contrário) pois ando a dar com cada erro de ortografia que me afecta profundamente a alma (um pouco de sarcasmo, atenção). Desde langerie a chinêses.
Tenho que não só ler e reler muita coisa, como tenho que voltar a relembrar muitos conhecimentos que já me esqueci,e alguns dos quais directamente relacionados com a minha área.
Voltar ao trabalho, que já descansei muito.
Bom fim de semana!
sábado, 31 de março de 2012
sexta-feira, 30 de março de 2012
O jeito deles
O que é que faz a gente se apaixonar por alguém? Mistério misterioso. Não é só porque ele é esportista, não é só porque ela é linda, pois há esportistas sem cérebro e lindas idem, e você, que tem um, não vai querer saber de descerebrados. Mas também não basta ser inteligente, por mais que a inteligência esteja bem cotada no mercado. Tem que ser inteligente e... algo mais. O que é este algo mais? Mistério decifrado: é o jeito.
A gente se apaixona pelo jeito da pessoa. Não é porque ele cita Camões, não é porque ela tem olhos azuis: é o jeito dele de dizer versos em voz alta como se ele mesmo os tivesse escrito pra nós; é o jeito dela de piscar demorado seus lindos olhos azuis, como se estivesse em câmera lenta.
O jeito de caminhar. O jeito de usar a camisa pra fora das calças. O jeito de passar a mão no cabelo. O jeito de suspirar no final das frases. O jeito de beijar. O jeito de sorrir. Vá tentar explicar isso.
Pelo meu primeiro namorado, me apaixonei porque ele tinha um jeito de estar nas festas parecendo que não estava, era como se só eu o estivesse enxergando. O segundo namorado me fisgou porque tinha um jeito de morder palitos de fósforo que me deixava louca – ok, pode rir. Ele era um cara sofisticado, e por isso mesmo eu vibrava quando baixava nele um caminhoneiro. O terceiro namorado tinha um jeito de olhar que parecia que despia a gente:
não as roupas da gente, mas a alma da gente. Logo vi que eu jamais conseguiria esconder algum segredo dele, era como se ele me conhecesse antes mesmo de eu nascer. Por precaução, resolvi casar com o sujeito e mantê-lo por perto.
E teve aqueles que não viraram namorados também por causa do jeito: do jeito vulgar de falar, do jeito de rir – sempre alto demais e por coisas totalmente sem graça –, do jeito rude de tratar os garçons, do jeito mauricinho de se vestir: nunca um desleixo, sempre engomado e perfumado, até na beira da praia. Nenhum defeito nisso. Pode até ser que eu tenha perdido os caras mais sensacionais do universo.
Mas o cara mais sensacional do universo e a mulher mais fantástica do planeta nunca irão conquistar você, a não ser que tenham um jeito de ser que você não consiga explicar. Porque esses jeitos que nos encantam não se explicam mesmo.
Martha Medeiros
(A meu ver, é o tal "algo" que a mulher ou homem tem que ter para nos interessar. É esse algo inexplicável.)
Você é...
"Você é os brinquedos que brincou, as gírias que usava, você é os nervos a flor da pele no vestibular, os segredos que guardou, você é sua praia preferida, Garopaba, Maresias, Ipanema, você é o renascido depois do acidente que escapou, aquele amor atordoado que viveu, a conversa séria que teve um dia com seu pai, você é o que você lembra.
Você é a saudade que sente da sua mãe, o sonho desfeito quase no altar, a infância que você recorda, a dor de não ter dado certo, de não ter falado na hora, você é aquilo que foi amputado no passado, a emoção de um trecho de livro, a cena de rua que lhe arrancou lágrimas, você é o que você chora.
Você é o abraço inesperado, a força dada para o amigo que precisa, você é o pelo do braço que eriça, a sensibilidade que grita, o carinho que permuta, você é as palavras ditas para ajudar, os gritos destrancados da garganta, os pedaços que junta, você é o orgasmo, a gargalhada, o beijo, você é o que você desnuda.
Você é a raiva de não ter alcançado, a impotência de não conseguir mudar, você é o desprezo pelo o que os outros mentem, o desapontamento com o governo, o ódio que tudo isso dá, você é aquele que rema, que cansado não desiste, você é a indignação com o lixo jogado do carro, a ardência da revolta, você é o que você queima.
Você é aquilo que reinvidica, o que consegue gerar através da sua verdade e da sua luta, você é os direitos que tem, os deveres que se obriga, você é a estrada por onde corre atrás, serpenteia, atalha, busca, você é o que você pleiteia.
Você não é só o que come e o que veste. Você é o que você requer, recruta, rabisca, traga, goza e lê. Você é o que ninguém vê."
Martha Medeiros
O tamanho das pessoas
Os Tamanhos variam conforme o grau de envolvimento...
Uma pessoa é enorme para ti, quando fala do que leu e viveu, quando te trata com carinho e respeito, quando te olha nos olhos e sorri .
É pequena para ti quando só pensa em si mesma, quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento em que teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas pessoas: a amizade, o carinho, o respeito, o zelo e até mesmo o amor
Uma pessoa é gigante para ti quando se interessa pela tua vida, quando procura alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto contigo. E pequena quando se desvia do assunto.
Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma.
Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos da moda.
Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas.
Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande.
Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo.
É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos. O nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, mas de acções e reacções, de expectativas e frustrações.
Uma pessoa é única ao estender a mão, e ao recolhê-la inesperadamente torna-se mais uma.
O egoísmo unifica os insignificantes.
Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande... é a sua sensibilidade, sem tamanho...
Willian Shakespeare
quinta-feira, 29 de março de 2012
Compreender a mentalidade de cada um (psicologia)
Nas várias divagações que se fazem pela Internet encontram-se coisas bastante interessantes e que me levam a pensar: porque é se diz que "se não te achas bonita/o também ninguém te vai achar"?
Em que é que aquilo que nós pensamos, dentro de nós, irá mudar a forma como outras pessoas (com mentalidades e gostos próprios) olham para nós?
Um pouco de filosofia/psicologia ....
Em que é que aquilo que nós pensamos, dentro de nós, irá mudar a forma como outras pessoas (com mentalidades e gostos próprios) olham para nós?
Um pouco de filosofia/psicologia ....
quarta-feira, 28 de março de 2012
Sentindo o ar quente das serras...
Unwritten - Natasha Bedingfield
(Ao invés de começar este post com uma imagem, escolho este tema porque é, neste momento, o que estou a ouvir, porque adoro esta música pois faz-me sentir viva e alegre e porque houve um dia, há anos atrás, que alguém me disse que sempre que a ouvia se lembrava de mim e penso que assim reflecte aquilo que estou a sentir agora)
Hoje passei a tarde a dar um dos meus passeios regulares à serra. Senti-me bem. Permitiu-me passar um tempo comigo mesma, ouvir os passarinhos a cantar, os grilos, tomar um sol quentinho e maravilhar-me com a beleza presente nas flores agora a desabrochar (e as fantásticas paisagens que a minha cidade tem).
Sentir aquele calor de Verão fez-me lembrar dos tempos em que eu era criança e não tinha que me preocupar com nada (nem mesmo com o que vestir ou não), ia para a rua brincar com outras crianças ou colhia flores, fazia desenhos no cimento e criava pratos de comida de terra e água . Era criança e esses tempos já não voltam, para minha tristeza.Gostava que fosse tudo como era antigamente, a sério que gostava...
Crescer magoa-me (por vezes).
terça-feira, 27 de março de 2012
segunda-feira, 26 de março de 2012
Pode invadir ou chegar com delicadeza...
"Pode invadir ou chegar com delicadeza, mas não tão devagar que me faça dormir. Não grite comigo, tenho o péssimo hábito de revidar. Acordo pela manhã com ótimo humor mas ... permita que eu escove os dentes primeiro. Toque muito em mim, principalmente nos cabelos e minta sobre minha nocauteante beleza. Tenho vida própria, me faça sentir saudades, conte algumas coisas que me façam rir, mas não conte piadas e nem seja preconceituoso, não perca tempo, cultivando este tipo de herança de seus pais. Viaje antes de me conhecer, sofra antes de mim para reconhecer-me um porto, um albergue da juventude. Eu saio em conta, você não gastará muito comigo. Acredite nas verdades que digo e também nas mentiras, elas serão raras e sempre por uma boa causa. Respeite meu choro, me deixe sozinha, só volte quando eu chamar e, não me obedeça sempre que eu também gosto de ser contrariada. (Então fique comigo quando eu chorar, combinado?) Seja mais forte que eu e menos altruísta! Não se vista tão bem... gosto de camisa para fora da calça, gosto de braços, gosto de pernas e muito de pescoço. Reverenciarei tudo em você que estiver a meu gosto: boca, cabelos, os pelos do peito e um joelho esfolado, você tem que se esfolar as vezes, mesmo na sua idade. Leia, escolha seus próprios livros, releia-os. Odeie a vida doméstica e os agitos noturnos. Seja um pouco caseiro e um pouco da vida, não de boate que isto é coisa de gente triste. Não seja escravo da televisão, nem xiita contra. Nem escravo meu, nem filho meu, nem meu pai. Escolha um papel para você que ainda não tenha sido preenchido e o invente muitas vezes.
Me enlouqueça uma vez por mês mas, me faça uma louca boa, uma louca que ache graça em tudo que rime com louca: loba, boba, rouca, boca ... Goste de música e de sexo. goste de um esporte não muito banal. Não invente de querer muitos filhos, me carregar pra a missa, apresentar sua familia... isso a gente vê depois ... se calhar ... Deixa eu dirigir o seu carro, que você adora. Quero ver você nervoso, inquieto, olhe para outras mulheres, tenha amigos e digam muitas bobagens juntos. Não me conte seus segredos ... me faça massagem nas costas. Não fume, beba, chore, eleja algumas contravenções. Me rapte! Se nada disso funcionar ... experimente me amar!"
Martha Medeiros
Amizade
Para haver amizade é preciso que haja entrega, de ambas as partes... Um não pode receber sem dar primeiro. E quando não nos conseguimos dar pelo medo que temos em sofrer? Tanta desilusão sofremos com pessoas que julgávamos amigas que ficamos na dúvida se podemos confiar nesta ou não.
"Se acha que a educação é cara, experimente a ignorância."
Derek Bok
Não queiram, não... é bem melhor ter educação (e não é preciso andar numa universidade para se ser educado!). Mas esqueçam essa ideia que as pessoas que estão no ensino superior são mais "inteligentes" que as outras. Andar numa universidade/faculdade não tem nada a ver com inteligência, nem com esperteza, e sim com aquilo que cada um desejou para a sua vida, ou com o facto de ter, ou não, dinheiro. Se bem que esta ideia também já não é assim tão aceitável, pois existem bolsas para permitir que pessoas que não têm possibilidade tenham a oportunidade de frequentar este tipo de ensino.
A ideia que quero passar com isto é: é possível ter um vasto conhecimento e não é preciso que sejam os professores a dá-lo.
A Esperança de uma Relação Profunda
"Conhecemos as pessoas durante anos, até mesmo dezenas de anos, habituamo-nos a evitar os problemas pessoais e os assuntos verdadeiramente importantes, mas guardamos a esperança de que, mais tarde, em circunstâncias mais favoráveis, se possam justamente abordar esses assuntos e esses problemas. A esperança, sempre adiada, de um relacionamento mais humano e mais completo nunca desaparece completamente, porque nenhuma relação humana se contenta com limites definitivos, restritos e rígidos. Permanece, portanto, a esperança, de que haja um dia uma relação «autêntica e profunda». E permanece durante anos, até mesmo décadas, até que um acontecimento definitivo e brutal (em geral, uma coisa como a morte) vem dizer-nos que é demasiado tarde, que essa «relação autêntica e profunda», cuja imagem tínhamos amado, também não existirá; não existirá, tal como as outras."
Michel Houellebecq, in 'As Partículas Elementares'
sábado, 24 de março de 2012
Para ser grande, sê inteiro
Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive
Ricardo Reis
Conselhos
Não há melhor conselho que nos podem dar:
" - Blá blá blá, eu pensava que afinal a pessoa em questão gostasse de mim" (exemplo de um problema qualquer que durante a vida possamos ter e naquele momento nos faz sentir as piores pessoas do mundo) Resposta da amiga/o:
" - Caga nisso."
Obrigada, amiga/o, se não fossem os teus conselhos sábios, não sei o que faria da minha vida. Obrigada por te importares comigo.
...
" - Blá blá blá, eu pensava que afinal a pessoa em questão gostasse de mim" (exemplo de um problema qualquer que durante a vida possamos ter e naquele momento nos faz sentir as piores pessoas do mundo) Resposta da amiga/o:
" - Caga nisso."
Obrigada, amiga/o, se não fossem os teus conselhos sábios, não sei o que faria da minha vida. Obrigada por te importares comigo.
...
Da antiguidade à actualidade
Hoje foi um dia que me fez pensar nos tempos passados da altura dos meus pais e dos meus avós. Antigamente, as pessoas não se maltratavam umas às outras como fazem hoje, não havia tanta competição e tanta inveja. Antigamente as mulheres iam para os tanques juntas lavar a roupa, cantavam, iam à monda, vendiam pão, peixe, água, ... hoje cada uma deseja secretamente ser melhor que a outra, gozam umas com outras e mentem entre si.
Desejava muito que tudo fosse diferente, mas infelizmente tenho que aprender a viver no mundo assim...
Desejava muito que tudo fosse diferente, mas infelizmente tenho que aprender a viver no mundo assim...
Desculpem aqui o desabafo...
Não é que me importe, mas o que se passa na cabeça das pessoas para passarem a vida a gozar com outras e a provocá-las? Não têm mais nada para fazer na vida?
É demasiado triste para mim chamar aquela ou a outra pessoa de amiga, pois para mim não sinto que sejam (não sou amiga de gente que só se sente bem a gozar com outros) e que, explicando o que aconteceu comigo, chegaram a manipular fotos para parecer coisas que não eram realidade. E vivem felizes com isso e divertem-se. Pior: ainda se orgulham disso! Orgulham-se de mostrar a toda a gente que não têm vida própria, inteligência ou maturidade.
Verdade seja dita que quanto mais damos importância pior é, mas bolas... o que é que vai dentro da cabeça desta gente?
Não é triste?
sexta-feira, 23 de março de 2012
A (super) valorização da beleza
Será normal vivermos num mundo em que a aparência predomina ao invés da personalidade de cada um? Bem vistas as coisas lembro-me de algo que o psicólogo Quintino Aires disse uma vez na TV (não literalmente assim): "Se nós pudéssemos ver o interior e mentalidade de cada um, haveria muita gente para a qual não olharíamos.""No livro “ O intolerável peso da Feiúra” Joana de Vilhena Novaes 1 afirma que, no nosso cotidiano as imagens passam a constituir por si só a realidade e, o que é pior elas se configuram como nossa identidade.Assim “a imagem ocupa o lugar do “ser” e a subjetividade fica colada ao produto: um sujeito com “cara de coca cola” “ a loura com formas de Brama”. Ou seja imagens destituídas da sua dimensão de interioridade."
Mas fica a questão: é o predomínio da importância pela aparência exterior que leva à não valorização do interior ou ao contrário?
Vale a pena darmos tanta importância a algo que provoca tanta infelicidade a muita gente?
quinta-feira, 22 de março de 2012
Partidas engraçadas que a vida te prega
Quando acordas de mau humor, e te achas a pessoa mais horrorosa do mundo, tentas arranjar-te e disfarçar mas acabas por sair de casa a pensar: "que se lixe" e só desejas não encontrar ninguém. Não queres que ninguém veja o trapo sujo e horrível que estás, mas aí.....aí.... é que tu quase que esbarras com AQUELA pessoa. AQUELA que tu queres que te veja sempre bem disposta, linda e arranjada. Mas não, a vida (vá se lá saber o que ela pensa nestes momentos) quer que a pessoa em questão te veja assim. Uma, duas, várias vezes por dia (já me aconteceu) e até mesmo várias vezes na semana. E tu pensas: "bolas, nunca mais vou desejar que não quero que ninguém me veja, porque, por ironia do destino, é exactamente quando AQUELA pessoa me vê".
Para ti, Vida: - Tens umas piadas muito engraçadas...
Para alegrar o dia... que já está a chegar ao fim
"Hoje em dia, aqueles que amam a natureza são acusados de romanescos."
Sébastien-Roch Chamfort
(E, com muito orgulho, posso dizer que o sou! Bastante!)
Faz de Conta
"Não respondo teus e-mails, e quando respondo sou ríspido, distante, mantenho-me alheio: FAZ DE CONTA QUE EU TE ODEIO
Te encho de palavras carinhosas, não economizo elogios, me surpreendo de tanto afeto que consigo inventar, sou uma atriz, sou do ramo: FAZ DE CONTA QUE EU TE AMO.
Estou sempre olhando pro relógio, sempre enaltecendo os planos que eu tinha e que os outros boicotaram, sempre reclamando que os outros fazem tudo errado: FAZ DE CONTA QUE EU DOU CONTA DO RECADO.
Debocho de festas e de roupas glamurosas, não entendo como é que alguém consegue dormir tarde todas as noites, convidados permanentes para baladas na área vip do inferno: FAZ DE CONTA QUE EU NÃO QUERO.
Choro ao assistir o telejornal, lamento a dor dos outros e passo noites em claro tentando entender corrupções, descasos, tudo o que demonstra o quanto foi desperdiçado meu voto:FAZ DE CONTA QUE EU ME IMPORTO.
Digo que perdôo, ofereço cafezinho, lembro dos bons momentos, digo que os ruins ficaram no passado, que já não lembro de nada, pessoas maduras sabem que toda mágoa é peso morto: FAZ DE CONTA QUE EU NÃO SOFRO.
Cito Aristóteles e Platão, aplaudo ferros retorcidos em galerias de arte, leio poesia concreta, compro telas abstratas, fico fascinada com um arranjo techno para uma música clássica e assisto sem legenda o mais recente filme romeno: FAZ DE CONTA QUE EU ENTENDO.
Tenho todos os ingredientes para um sanduíche inesquecível, a porta da geladeira está lotada de imãs de tele-entrega, mantenho um bar razoavelmente abastecido, um pouco de sal e pimenta na despensa e o fogão tem oito anos mas parece zerinho: FAZ DE CONTA QUE EU COZINHO.
Bem-vindo à Disney, o mundo da fantasia, qual é o seu papel? Você pode ser um fantasma que atravessa paredes, ser anão ou ser gigante, um menino prodígio que decorou bem o texto, a criança ingênua que confiou na bruxa, uma sex symbol a espera do seu cowboy: FAZ DE CONTA QUE NÃO DÓI."
Martha Medeiros
Música do dia
I'm sexy and I know it - LMFAO
"super cool
I pimp to the beat, walking down the street in my new la freak, yeah
This is how I roll, animal print pants out control
It's Red Foo with the big afro
An like Bruce Leroy I got the glow, yo
(Ahhh) Girl look at that body (x3)
I-I-I work out
(Ahhh) Girl look at that body (x3)
I-I-I work out
When I walk in the spot, (yea) this is what I see (okaay)
Everybody stops and they staring at me
I got a passion in my pants and I ain't afraid to show it, show it, show it, show it...
I'm sexy and I know it (x2)
Yo, when I'm at the mall, security just can't find them all
When I'm at the beach, I'm in a speedo trying to tan my cheeks (whaat?)
This is how I roll, come on ladies it's time to go
We headed to the bar, baby don't be nervous
No shoes, no shirt, and I still get service (watch!)
(Ahhh) Girl look at that body (x3)
I-I-I work out
(Ahhh) Girl look at that body (x3)
[ From: http://www.metrolyrics.com/sexy-and-i-know-it-lyrics-lmfao.html ]
I-I-I work out
When I walk in the spot, (yea) this is what I see (okaay)
Everybody stops and they staring at me
I got a passion in my pants and I ain't afraid to show it, show it, show it, show it...
I'm sexy and I know it
Ayyy
I'm sexy and I know it
Check it out, check it out
...
Wiggle, wiggle, wiggle, wiggle, wiggle yeah (x3)
Wiggle, wiggle, wiggle, wig-yea, yea
Do the wiggle, man
I do the wiggle, man (yea)
I'm sexy and I know it...
Ayyy, yeah
(Ahhhh) Girl look at that body (x3)
I-I-I work out
(Ahhhh) Girl look at that body (x3)
I-I-I work out
...
I'M SEXY AND I KNOW IT."
Porque é engraçada!
quarta-feira, 21 de março de 2012
Amor moderno
Segundo aquilo que se vê ao deambular por páginas pessoais das diferentes redes sociais (principalmente o Facebook) hoje em dia é fácil arranjar namorado/a pela Internet. Qualquer um/uma procura alguém que lhe interesse (através das fotografias de perfil e até pela informação disponibilizada pela outra pessoa) e depois de a adicionar, começa a falar com ela e enfim, o que vier dependerá muito da mentalidade da pessoa escolhida.
Pessoalmente acho isto de pessoas tristes, pois só procuram algo assim porque na vida real não têm capacidade de manter amizades e relações fixas e, inclusive, já tive a infelicidade de conhecer pessoas assim que, enquanto esperam manter a "cara metade" na ignorância, saltam a cerca quantas vezes quiserem, com quem quiserem. Que nem a imagem abaixo...
É esta a chamada Nova Geração? Que me desculpem as mães e pais que têm filhos assim, mas eu não quero que os meus futuros filhos se portem desta forma...
Pessoalmente acho isto de pessoas tristes, pois só procuram algo assim porque na vida real não têm capacidade de manter amizades e relações fixas e, inclusive, já tive a infelicidade de conhecer pessoas assim que, enquanto esperam manter a "cara metade" na ignorância, saltam a cerca quantas vezes quiserem, com quem quiserem. Que nem a imagem abaixo...
É esta a chamada Nova Geração? Que me desculpem as mães e pais que têm filhos assim, mas eu não quero que os meus futuros filhos se portem desta forma...
(Retirado da página do Facebook: Movimento Anti-Pitas)
terça-feira, 20 de março de 2012
Vale de 1€
Aproveito este espacinho para perguntar: alguém quer um VALE DE 1€ em qualquer coloração em ESPUMA BELLADY com validade até 30/06/2012?
Eu ganhei-o juntamente com uma amostra de máscara da Pantene, como não o vou utilizar, se alguém estiver interessada que me contacte pelo e-mail aqui partilhado, caso contrário possivelmente irá passar de validade e irá para o lixo.
Primeira vez na blogosfera
É a primeira vez que crio um blog e o tento manter durante algum tempo. Já tinha criado dois anteriormente mas só agora é que me empenho em escrever coisas ditas "interessantes" (eu bem tento!) e partilhar opiniões.
Portanto, há muita coisa que não percebo e nem sabia que se poderia fazer neste vasto mundo de blogs, mas estou a achá-lo interessante.
É o que dá ter tempo a mais para aproveitar!
Portanto, há muita coisa que não percebo e nem sabia que se poderia fazer neste vasto mundo de blogs, mas estou a achá-lo interessante.
É o que dá ter tempo a mais para aproveitar!
Acordo ortográfico
Ontem encontrei algo enquanto andava pela internet, não sei quem foi o seu criador mas é bem engraçado. A frase:
O cágado está de facto na praia
escrita com o acordo ortográfico fica:
O cagado esta de fato na praia.
(E agora como explicar isto às crianças? Ah, pois é!)
O cágado está de facto na praia
escrita com o acordo ortográfico fica:
O cagado esta de fato na praia.
(E agora como explicar isto às crianças? Ah, pois é!)
"Certo dia, o professor de voo perguntou-lhe: [ao aprendiz de aviador]
«Você está dentro de um avião a voar, vem uma tempestade e inutiliza-lhe o motor. Que há-de você fazer?»
O aluno responde: «Continuo a voar com o outro motor.»
«Bem», disse o professor, «mas vem outra tempestade e deixa-o ficar sem esse motor também. Como resolve você então as coisas?»
«Continuando com outro motor.»
«Mas mais uma tempestade vem e destrói-lho. E agora?»
«Continuo com outro motor.»
«Vamos lá», impacienta-se o professor, «pode saber-se onde vai você buscar tantos motores?»
E o aluno imperturbável: «Ao mesmo sítio de onde o senhor tira tantas tempestades.» "
História transcrita do livro: Ética para amador de Fernando Savater
segunda-feira, 19 de março de 2012
As (más) condições dos jardins zoológicos
É este e este tipo de notícias que me faz pensar: não será melhor acabar-se com os jardins zoológicos pelo mundo? Eu adoro animais e reconheço que ver espécies perto de mim, que de outra forma não iria conseguir ver, é uma honra e um enorme prazer, mas cada vez mais as pessoas não têm condições financeiras (para não falar outras) para ter os animais e tratar deles. Nesse caso, por gostar deles, e sei que muitas outras pessoas também gostam, nomeadamente aquelas que os vão visitar, porque não acabam logo com os Zoo's e deixam os animais viver bem no seu habitat natural? Para tê-los a viver mal e a levar uma vida de sofrimento (maus tratos, fome, pouco espaço) mais vale que não os tenham.
Afinal, é como se costuma dizer: "se o amas, deixa-o livre".
Os pardais são animais bastante inteligentes
Um dia comecei a dar pão aos pardais que têm ninho no quintal que fica à frente do meu prédio (virado para a cidade) e a chamá-los com um assobio. Acontece que após algum tempo passaram a habituar-se a cada vez que se abria uma das janelas viradas para o quintal, os pardais vinham pousar nos ferros à frente ou, no caso, na antena bem por baixo da janela do meu quarto à espera de pão (e quando assobiava já sabiam que era para comer então chegavam a vir 20 pardais ou mais).
Desde que fui para a Universidade, deixei de lhes dar pão e a chamá-los, os vizinhos começaram também então a alimentá-los. Mas cada vez que assobio, vêm pousar nos ferros à espera de comida.
Além de serem muito espertos, também são interesseiros. Adoro estes pequenotes, há dias em que fico a vê-los da janela a banharem-se na terra e a picar o chão à procura de miolos. São lindos. :)
Amor leva à distância
As vezes temos que nos afastar das pessoas, ou porque amamos sem sermos correspondidos, ou porque nos amam sem correspondência nossa. Que me desculpem todos de quem me afastei.
domingo, 18 de março de 2012
"A culpa não foi sua por não ter dado certo, a culpa foi minha. Por achar que você ia dar conta do recado… Homenzinhos não sabem lidar com mulherões."
Tati Bernardi
Eu diria melhor, não homenzinhos e sim, rapazitos. Alguém que faz porcaria com uma mulher e, principalmente, com o coração dela, não é homem, decerto.
Algumas poesias eróticas de Martha Medeiros
(A quem se perguntar porque é que estas poesias são todas eróticas, não, não é obsessão, simplesmente foram todas retiradas do mesmo site que encontrei na Internet, enquanto pesquisava poesia. São lindas! De qualquer forma...)
"Foi um beijo... "
foi um beijo onde não importava a boca
só tuas mãos quentes me apertando pelas costas
nada estava acontecendo na minha frente
e a ansiedade que havia não era pouca
teus dedos perguntavam pra minha blusa
se meu corpo acolheria um delinqüente
descoladas as línguas um instante
minha resposta saiu um tanto rouca
"Minha boca..."
minha boca
é pouca
pro desejo
que anda à solta
"Bicho papão"
bicho papão
viu moça em flor
e papoula
"Sou uma gata..."
sou uma gata
que cruza
outros gatos
na rua
quem vê gata
assanhada
logo fica
engatado
"Nem velas nem molho branco"
nem velas nem molho branco
hoje nosso jantar
acontece por baixo da mesa
desfias minhas pernas de seda
teu beijo promete mais tarde
jogo a toalha de renda no chão
me rendo
reprodução da obra Os Amantes (Les amants) de René Magritte
O amor e a morte
Canção cruel
Corpo de ânsia.
Eu sonhei que te prostava,
E te enleava
Aos meus músculos!
Olhos de êxtase,
Eu sonhei que em vós bebia
Melancolia
De há séculos!
Boca sôfrega,
Rosa brava
Eu sonhei que te esfolhava
Petala a pétala!
Seios rígidos,
Eu sonhei que vos mordia
Até que sentia
Vómitos!
Ventre de mármore,
Eu sonhei que te sugava,
E esgotava
Como a um cálice!
Pernas de estátua,
Eu sonhei que vos abria,
Na fantasia,
Como pórticos!
Pés de sílfide,
Eu sonhei que vos queimava
Na lava
Destas mãos ávidas!
Corpo de ânsia,
Flor de volúpia sem lei!
Não te apagues, sonho! mata-me
Como eu sonhei.
José Régio
O amor, quando se revela
"O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer
Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pra saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar..."
Fernando Pessoa
sábado, 17 de março de 2012
Carta a professores, alunos, pais, governantes, cidadãos e quaisquer outros que possam sentir-se tocados e identificados.
Encontrei este texto noutro blog (sigam a hiperligação abaixo) e achei que seria bom partilhá-lo pois é um testemunho que vale a pena ler.
Sara Fidalgo
retirado daqui
"As reformas na educação estão na boca do mundo há mais anos do que os que conseguimos recordar, chegando ao ponto de nem sabermos como começaram nem de onde vieram. Confessando, sou apenas uma das que passaram das aulas de uma hora para as aulas de noventa minutos e achei aquilo um disparate total. Tirava-nos intervalos, tirava-nos momentos de caçadinhas e de saltar à corda e obrigava-nos a estar mais tempo sentados a ouvir sobre reis, rios, palavras estrangeiras e números primos.
Depois veio o secundário e deixámos de ter “folgas” porque passou a haver professores que tinham que substituir os que faltavam e nós ficávamos tristes. Não era porque não queríamos aprender, era porque as “aulas de substituição” nos cansavam mais do que as outras. Os professores não nos conheciam, abusávamos deles e era como voltar ao zero.
Eu era pequenina. E nunca me passou pela cabeça pensar no lado dos professores.Até ao dia 1 de Março.
Foi o culminar de tudo. Durante semanas e semanas ouvi a minha mãe, uma das melhores professoras de Inglês que conheci, o meu pilar, a minha luz, a minha companhia, a encher a boca séria com a palavra depressão. A seguir vinham os tremores, as preocupações, as queixas de pais, as crianças a quem não conseguimos chamar crianças porque são tão indisciplinadas que parece que lhes falta a meninice. Acreditem ou não, há pais que não sabem o que estão a criar. Como dizia um amigo meu: “Antigamente, fazíamos asneiras na escola e quando chegávamos a casa levávamos uma chapada do pai ou da mãe. Hoje, os miúdos fazem asneiras e os pais vão à escola para dar a dita chapada nos professores”. Sim, nos professores. Aqueles que tomam conta de tantos filhos cujos pais não têm tempo nem paciência para os educar. Sim, os professores que fazem de nós adultos competentes, formados, civilizados. Ou faziam, porque agora não conseguem.
A minha mãe levou a maior chapada de todas e não resistiu. Desculpem o dramatismo mas a escola, o sistema educativo, a educação especial, a educação sexual, as provas de aferição e toda aquela enormidade de coisas que não consigo sequer enumerar levaram deste mundo uma das melhores pessoas que por cá andaram. E revolta-me não conseguir fazer-lhe justiça.
Professores e responsáveis pela educação, espero que leiam isto e acordem, revoltem-se, manifestem-se (ainda mais) mas, sobretudo e acima de qualquer outra coisa, conversem e ajudem-se uns aos outros. Levem a história da minha mãe para as bocas do mundo, para as conversas na sala dos professores e nos intervalos, a história de uma mulher maravilhosa que se suicidou não por causa de uma vida instável, não por causa de uma família desestruturada, não por dificuldades económicas, não por desgostos amorosos mas por causa de um trabalho que amava, ao qual se dedicou de alma e coração durante 36 anos.
De todos os problemas que a minha mãe teve no trabalho desde que me conheço (todos os temos, todos os conhecemos), nunca ouvi a palavra “incapaz” sair da boca dela. Nunca a vi tão indefesa, nunca a conheci como desistente, nunca pensei ouvir “ando a enganar-me a mim mesma e não sei ser professora”. Mas era verdade. Ela soube. Ela foi. Ela ensinou centenas de crianças, ela riu, ela fez o pino no meio da sala de aulas, ela escreveu em quadros a giz e depois em quadros electrónicos. Ela aprendeu as novas tecnologias. O que ela não aprendeu foi a suportar a carga imensa e descabida que lhe puseram sobre os ombros sem sentido rigorosamente nenhum. Eu, pelo menos, não o consigo ver.
E, assim, me manifesto contra toda esta gentinha que desvaloriza os professores mais velhos, que os destrói e os obriga a adaptarem-se a uma realidade que nunca conheceram. E tudo isto de um momento para o outro, sem qualquer tipo de preparação ou ajuda.
Esta, sim, é a minha maneira de me revoltar contra aquilo que a minha mãe não teve forças para combater. Quem me dera ter conseguido aliviá-la, tirar-lhe aquela carga estupidamente pesada e que ninguém, a não ser quem a vive, compreende. Eu vivi através dela e nunca cheguei a compreender. Professores, ajudem-se. Conversem. E, acima de tudo, não deixem que a educação seja um fardo em vez de ser a profissão que vocês escolheram com tanto amor.
Pensem no amor. E, com ele, honrem a vida maravilhosa que a minha mãe teve, até não poder mais."
retirado daqui
Bom dia, alegria
Hoje o dia não está lá muito feliz, mas de qualquer forma sempre dá tempo e disponibilidade para um passeiozito pela serra, a ver paisagens, ouvir passarinhos a cantar, ver cabritas a pastar, enfim... Pode parecer estúpido, mas adoro dias assim ...e ainda mais aproveitá-los para dar um giro pelo campo e pela serra.
Adoro!
Adoro!
Parque Natural da Serra de S. Mamede
Nenhuma destas fotografias foi tirada hoje, e poderia pôr mais mas ficará para outros posts, de qualquer forma penso que dá para perceber a beleza do parque, mesmo em dias de chuva.
sexta-feira, 16 de março de 2012
Hoje acordei cedo.
Uma amiga decidiu ligar-me às 8:30 h da manhã para a ajudar com uns trabalhos e lhe fazer companhia enquanto ia para o estágio. Não é que me queixe, pelo contrário, eu adoro acordar cedo, simplesmente desde que tenho estado mais tempo em casa e com pouco para fazer tenho tido mais preguiça e pouco ou nada tenho feito, então acabo por dormir até tarde e nunca, por mais que tente, consigo madrugar.
Para além de que, tenho passado as noites em branco, não por preocupações do futuro, mas sim lembrança do passado e saudade... Têm-me vindo muitas coisas à memória. Coisas que aconteceram quando era pequena e me marcaram para sempre, coisas que eu fiz e que me arrependo, coisas que não fiz e que me arrependo também, saudades de quem já foi meu amigo, etc etc....
Não sei porque é que agora é que vieram estes "fantasmas" do passado, mas depois não admira que passe os dias melancólica.
Pedaços de mim
Eu sou feito de
Sonhos interrompidos
detalhes despercebidos
amores mal resolvidos
Sou feito de
Choros sem ter razão
pessoas no coração
atos por impulsão
Sinto falta de
Lugares que não conheci
experiências que não vivi
momentos que já esqueci
Eu sou
Amor e carinho constante
distraída até o bastante
não paro por instante
Já
Tive noites mal dormidas
perdi pessoas muito queridas
cumpri coisas não-prometidas
Muitas vezes eu
Desisti sem mesmo tentar
pensei em fugir, para não enfrentar
sorri para não chorar
Eu sinto pelas
Coisas que não mudei
amizades que não cultivei
aqueles que eu julguei
coisas que eu falei
Tenho saudade
De pessoas que fui conhecendo
lembranças que fui esquecendo
amigos que acabei perdendo
Mas continuo vivendo e aprendendo.
Martha Medeiros
Penso que este poema decerto servirá para descrever a vida de muitos de nós... inclusive a minha pois revejo-me bastante nele.
O contrário do amor
"O contrário de bonito é feio, de rico é pobre, de preto é branco, isso se aprende antes de entrar na escola. Se você fizer uma enquete entre as crianças, ouvirá também que o contrário do amor é o ódio. Elas estão erradas. Faça uma enquete entre adultos e descubra a resposta certa: o contrário do amor não é o ódio, é a indiferença.
O que seria preferível, que a pessoa que você ama passasse a lhe odiar, ou que lhe fosse totalmente indiferente? Que perdesse o sono imaginando maneiras de fazer você se dar mal ou que dormisse feito um anjo a noite inteira, esquecido por completo da sua existência? O ódio é também uma maneira de se estar com alguém. Já a indiferença não aceita declarações ou reclamações: seu nome não consta mais do cadastro.
Para odiar alguém, precisamos reconhecer que esse alguém existe e que nos provoca sensações, por piores que sejam. Para odiar alguém, precisamos de um coração, ainda que frio, e raciocínio, ainda que doente. Para odiar alguém gastamos energia, neurônios e tempo. Odiar nos dá fios brancos no cabelo, rugas pela face e angústia no peito. Para odiar, necessitamos do objeto do ódio, necessitamos dele nem que seja para dedicar-lhe nosso rancor, nossa ira, nossa pouca sabedoria para entendê-lo e pouco humor para aturá-lo. O ódio, se tivesse uma cor, seria vermelho, tal qual a cor do amor.
Já para sermos indiferentes a alguém, precisamos do quê? De coisa alguma. A pessoa em questão pode saltar de bung-jump, assistir aula de fraque, ganhar um Óscar ou uma prisão perpétua, estamos nem aí. Não julgamos seus atos, não observamos seus modos, não testemunhamos sua existência. Ela não nos exige olhos, boca, coração, cérebro: nosso corpo ignora sua presença, e muito menos se dá conta de sua ausência. Não temos o número do telefone das pessoas para quem não ligamos. A indiferença, se tivesse uma cor, seria cor da água, cor do ar, cor de nada.
Uma criança nunca experimentou essa sensação: ou ela é muito amada, ou criticada pelo que apronta. Uma criança está sempre em uma das pontas da gangorra, adoração ou queixas, mas nunca é ignorada. Só bem mais tarde, quando necessitar de uma atenção que não seja materna ou paterna, é que descobrirá que o amor e o ódio habitam o mesmo universo, enquanto que a indiferença é um exílio no deserto."
O que seria preferível, que a pessoa que você ama passasse a lhe odiar, ou que lhe fosse totalmente indiferente? Que perdesse o sono imaginando maneiras de fazer você se dar mal ou que dormisse feito um anjo a noite inteira, esquecido por completo da sua existência? O ódio é também uma maneira de se estar com alguém. Já a indiferença não aceita declarações ou reclamações: seu nome não consta mais do cadastro.
Para odiar alguém, precisamos reconhecer que esse alguém existe e que nos provoca sensações, por piores que sejam. Para odiar alguém, precisamos de um coração, ainda que frio, e raciocínio, ainda que doente. Para odiar alguém gastamos energia, neurônios e tempo. Odiar nos dá fios brancos no cabelo, rugas pela face e angústia no peito. Para odiar, necessitamos do objeto do ódio, necessitamos dele nem que seja para dedicar-lhe nosso rancor, nossa ira, nossa pouca sabedoria para entendê-lo e pouco humor para aturá-lo. O ódio, se tivesse uma cor, seria vermelho, tal qual a cor do amor.
Já para sermos indiferentes a alguém, precisamos do quê? De coisa alguma. A pessoa em questão pode saltar de bung-jump, assistir aula de fraque, ganhar um Óscar ou uma prisão perpétua, estamos nem aí. Não julgamos seus atos, não observamos seus modos, não testemunhamos sua existência. Ela não nos exige olhos, boca, coração, cérebro: nosso corpo ignora sua presença, e muito menos se dá conta de sua ausência. Não temos o número do telefone das pessoas para quem não ligamos. A indiferença, se tivesse uma cor, seria cor da água, cor do ar, cor de nada.
Uma criança nunca experimentou essa sensação: ou ela é muito amada, ou criticada pelo que apronta. Uma criança está sempre em uma das pontas da gangorra, adoração ou queixas, mas nunca é ignorada. Só bem mais tarde, quando necessitar de uma atenção que não seja materna ou paterna, é que descobrirá que o amor e o ódio habitam o mesmo universo, enquanto que a indiferença é um exílio no deserto."
Martha Medeiros
quinta-feira, 15 de março de 2012
Esquecer
Por vezes gostava que todos os problemas no mundo desaparecessem pelo simples facto de não pensarmos neles. Ignorássemos tudo aquilo que de mal nos acontece, a nós e aos outros e nos esquecêssemos que há maldade, injustiças, ofensas e mágoas que duram a vida toda.
Era tão bom que viver pudesse ser assim e não tivéssemos que crescer nunca...
Era tão bom que viver pudesse ser assim e não tivéssemos que crescer nunca...
"Melancolía" - Edvard Munch
"Beleza Colorida"
"Glória a Deus pelas coisas matizadas -
Pelo firmamento de cores combinadas como uma vaca malhada;
Pelos sinais rosados, pontilhados, das trutas nadando;
Pela queda das folhas amarelas de castanheiros;
Pelas asas dos tentilhões;
Pelas terras divididas e unidas - onduladas, alouradas e lavradas;
E todos os ofícios, os seus aparelhos e apetrechos preparando..."
Gerard Manley Hopkins
quarta-feira, 14 de março de 2012
Despedida
Existem duas dores de amor:
A primeira é quando a relação termina e a gente,
seguindo amando, tem que se acostumar com a ausência do outro,
com a sensação de perda, de rejeição e com a falta de perspectiva,
já que ainda estamos tão embrulhados na dor
que não conseguimos ver luz no fim do túnel.
A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel.
A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços,
a dor de virar desimportante para o ser amado.
Mas, quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida:
a dor de abandonar o amor que sentíamos.
A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre,
sem sentimento especial por aquela pessoa. Dói também…
Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou.
Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém.
É que, sem se darem conta, não querem se desprender.
Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um souvenir,
lembrança de uma época bonita que foi vivida…
Passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação à qual
a gente se apega. Faz parte de nós.
Queremos, logicamente, voltar a ser alegres e disponíveis,
mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo,
que de certa maneira entranhou-se na gente,
e que só com muito esforço é possível alforriar.
É uma dor mais amena, quase imperceptível.
Talvez, por isso, costuma durar mais do que a ‘dor-de-cotovelo’
propriamente dita. É uma dor que nos confunde.
Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra. A pessoa que nos
deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por
ela, aquele amor que nos justificava como seres humanos,
que nos colocava dentro das estatísticas: “Eu amo, logo existo”.
Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo.
É o arremate de uma história que terminou,
externamente, sem nossa concordância,
mas que precisa também sair de dentro da gente…
E só então a gente poderá amar, de novo.
Martha Medeiros
A primeira é quando a relação termina e a gente,
seguindo amando, tem que se acostumar com a ausência do outro,
com a sensação de perda, de rejeição e com a falta de perspectiva,
já que ainda estamos tão embrulhados na dor
que não conseguimos ver luz no fim do túnel.
A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel.
A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços,
a dor de virar desimportante para o ser amado.
Mas, quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida:
a dor de abandonar o amor que sentíamos.
A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre,
sem sentimento especial por aquela pessoa. Dói também…
Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou.
Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém.
É que, sem se darem conta, não querem se desprender.
Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um souvenir,
lembrança de uma época bonita que foi vivida…
Passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação à qual
a gente se apega. Faz parte de nós.
Queremos, logicamente, voltar a ser alegres e disponíveis,
mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo,
que de certa maneira entranhou-se na gente,
e que só com muito esforço é possível alforriar.
É uma dor mais amena, quase imperceptível.
Talvez, por isso, costuma durar mais do que a ‘dor-de-cotovelo’
propriamente dita. É uma dor que nos confunde.
Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra. A pessoa que nos
deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por
ela, aquele amor que nos justificava como seres humanos,
que nos colocava dentro das estatísticas: “Eu amo, logo existo”.
Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo.
É o arremate de uma história que terminou,
externamente, sem nossa concordância,
mas que precisa também sair de dentro da gente…
E só então a gente poderá amar, de novo.
Martha Medeiros
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