Estou mais perto de ti porque te amo.
Os meus beijos nascem já na tua boca.
Não poderei escrever teu nome com palavras.
Tu estás em toda a parte e enlouqueces-me.
Canto os teus olhos mas não sei do teu rosto.
Quero a tua boca aberta em minha boca.
E amo-te como se nunca te tivesse amado
porque tu estás em mim mas ausente de mim.
Nesta noite sei apenas dos teus gestos
e procuro o teu corpo para além dos meus dedos.
Trago as mãos distantes do teu peito.
Sim, tu estás em toda a parte. Em toda a parte.
Tão por dentro de mim. Tão ausente de mim.
E eu estou perto de ti porque te amo.
Joaquim Pessoa, in 'Os Olhos de Isa'
terça-feira, 5 de julho de 2016
Vende-se
Procuro emprego bem pago como vendedora.
Em particular, gostaria que me dessem a oportunidade de vender umas pedritas azuis, com um líquido, que dizem pertencentes a Santo António, padroeiro da cidade de Portalegre.
De uma altura em que ele ia à mata mijar (peço perdão aos especialistas mais sensíveis pelas expressões populares utilizadas).
Diz a lenda que, quando o santo estava a realizar as suas necessidades fisiológicas, o líquido libertado ficou armazenado em pedras de cor azul, tendo aí permanecido armazenadas até à data.
5€ cada + Portes de envio
Em particular, gostaria que me dessem a oportunidade de vender umas pedritas azuis, com um líquido, que dizem pertencentes a Santo António, padroeiro da cidade de Portalegre.
De uma altura em que ele ia à mata mijar (peço perdão aos especialistas mais sensíveis pelas expressões populares utilizadas).
Diz a lenda que, quando o santo estava a realizar as suas necessidades fisiológicas, o líquido libertado ficou armazenado em pedras de cor azul, tendo aí permanecido armazenadas até à data.
5€ cada + Portes de envio
Bastava-nos amar
Bastava-nos amar. E não bastava
o mar. E o corpo? O corpo que se enleia?
O vento como um barco: a navegar.
Pelo mar. Por um rio ou uma veia.
Bastava-nos ficar. E não bastava
o mar a querer doer em cada ideia.
Já não bastava olhar. Urgente: amar.
E ficar. E fazermos uma teia.
Respirar. Respirar. Até que o mar
pudesse ser amor em maré cheia.
E bastava. Bastava respirar
a tua pele molhada de sereia.
Bastava, sim, encher o peito de ar.
Fazer amor contigo sobre a areia.
Joaquim Pessoa, in 'Português Suave'
o mar. E o corpo? O corpo que se enleia?
O vento como um barco: a navegar.
Pelo mar. Por um rio ou uma veia.
Bastava-nos ficar. E não bastava
o mar a querer doer em cada ideia.
Já não bastava olhar. Urgente: amar.
E ficar. E fazermos uma teia.
Respirar. Respirar. Até que o mar
pudesse ser amor em maré cheia.
E bastava. Bastava respirar
a tua pele molhada de sereia.
Bastava, sim, encher o peito de ar.
Fazer amor contigo sobre a areia.
Joaquim Pessoa, in 'Português Suave'
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