sábado, 26 de dezembro de 2015

Só há duas coisas que me causam uma enorme depressão: ter um dos meus grandes objectivos quase cumprido (o quase é que deprime) e ouvir a minha mãe dizer (quando lhe dá para isso) "gostava tanto que tivesses um namorado". Com a quantidade de lágrimas que já me fartei de derramar e grandes erros que acabei por pagar, não tenho pressa nenhuma de que isso aconteça...

Canção


Brooklyn Decker


Se fosses luz serias a mais bela
De quantas há no mundo: – a luz do dia!
- Bendito seja o teu sorriso
Que desata a inspiração
Da minha fantasia!
Se fosses flor serias o perfume
Concentrado e divino que perturba
O sentir de quem nasce para amar!
- Se desejo o teu corpo é porque tenho
Dentro de mim
A sede e a vibração de te beijar!
Se fosses água – música da terra,
Serias água pura e sempre calma!
- Mas de tudo que possas ser na vida,
Só quero, meu amor, que sejas alma!


quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

domingo, 20 de dezembro de 2015

Palavras para inspirar

Fruto das minhas deambulações pelo imenso mundo da blogosfera:

«Someone once asked me what I regarded as the three most important requirements for happiness. My answer was: ‘A feeling that you have been honest with yourself and those around you; a feeling that you have done the best you could both in your personal life and in your work; and the ability to love others.’
But there is another basic requirement, and I can’t understand now how I forgot it at the time: that is the feeling that you are, in some way, useful. Usefulness, whatever form it may take, is the price we should pay for the air we breathe and the food we eat and the privilege of being alive. And it is its own reward, as well, for it is the beginning of happiness, just as self-pity and withdrawal from the battle are the beginning of misery.
(...)
It’s your life — but only if you make it so. The standards by which you live must be your own standards, your own values, your own convictions in regard to what is right and wrong, what is true and false, what is important and what is trivial. When you adopt the standards and the values of someone else or a community or a pressure group, you surrender your own integrity. You become, to the extent of your surrender, less of a human being.»

Eleanor Roosevelt, You Learn by Living (1960), in Maria Popova, Brain Pickings


(Texto publicado aqui)


segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Homem que é Homem (com H maiúsculo)...

"Um homem realmente apaixonado, realmente interessado, mas sobretudo realmente homem, não se deixa abalar por nada. Manifesta o seu amor, mesmo que não seja de imediato ou (só) por palavras. Eles não são tão ardilosos nem tão tímidos como as mulheres: têm muito mais dificuldade em disfarçar o que sentem. Querem saber se um rapaz gosta de vocês ou não? Basta ver se ele vos trata como se vocês valessem a pena.
Como se fossem dignas de pequenos ou grandes ajustes, esforços e sacrifícios. 
Quando ele não desanima à primeira, insiste dentro do razoável, se deixa entusiasmar pelo jogo da conquista em vez de se acobardar (ou seja, é másculo e cavalheiro que chegue para compreender quando uma mulher não faz logo uma festa ante os aos seus convites e declarações), se procura ser em tudo agradável e útil (tem uma dificuldade? Ele oferece ajuda. Houve uma má impressão? Ele esclarece o assunto sem mais aquelas) se mostra desejar a sua companhia acima de qualquer outra e faz tudo para que se sinta bem, então é porque se importa e tem boas intenções . 

Caso contrário, se há "mixed signals", se ele alimenta mal entendidos, se vive de indirectas...deixe-se de lado o wishful thinking ou o "ele adora-me, mas...".

Há que ser realista e objectiva: ou não está assim tão interessado, ou até está mas toma a mulher em causa por garantida, ou é um xoninhas que está longe de alguma vez vir a ser um homem a sério. Em qualquer dos casos, quem procede assim não interessa. Nenhuma mulher com sentido de dignidade pessoal deve aceitar menos do que ser tratada como "a rapariga dos sonhos dele". É claro que ninguém é perfeito e todas as relações têm esquisitices e "fases"; mas um homem que ama, e que é realmente masculino, tentará ser um Siegfried sempre que puder, nas grandes e pequenas coisas."
(do blogue da Imperatriz Sissi)


Tive que partilhar o texto. Resume tudo aquilo que penso relativamente ao assunto. E resume também a minha opinião acerca de umas quantas "miúdas sofredoras" (como eu já fui em tempos, convenhamos) que acham que "ele vale a pena, a culpa é da outra", "ele vai arrepender-se e vai ainda ver que me ama só que não sabe", etc e tal (vá, eu fui uma miúda sofredora, confesso, mas não tão avoada assim) e abrem os olhos de uma vez por todas. Homem que é Homem (com H maiúsculo) não arranja desculpas, não acredita em suposições, não vive de indirectas e do "ah, se eu fizer isto, pode ser que assim ela repare em mim, se não reparar é porque não presta" e mil e quinhentos etecetras. Homem que é Homem (novamente repito para se interiorizar bem a ideia) tem um bom carácter, respeita a mulher que gosta, chega-se à frente e luta por ela. Não contra dragões ou outros monstros, mas não se deixando ir abaixo e fazendo por mostrar o quanto ela é especial e imprescindível na sua vida. Isto é um verdadeiro Homem! E nenhuma mulher (uma verdadeira mulher) deve aceitar um homem que não a saiba tratar como merece, nem deixar-se espezinhar por quem não vale a pena. "Mulheres há muitas", é verdade. Mas não há nenhuma como tu. Se ele simplesmente não é capaz de ver isso, então não vale a pena o tempo que perdes com ele, porque depois da fase linda da paixão, vem a fase mais complicada do amor. E uma mulher de verdade quer um homem de verdade ao lado para compartilhar o resto da vida. 


As pessoas escolhem sempre o caminho mais fácil ... o ódio


domingo, 13 de dezembro de 2015

Inspiração

Na vida, como no tricô, por vezes tem que se ter coragem para desmanchar tudo o que deu muito trabalho, voltar à estaca zero e novamente recomeçar.

Ah, pois é! ... Pois... Pois é ... [suspiro]

sábado, 12 de dezembro de 2015

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

A "moda" da homossexualidade

Este é o exemplo exemplar de como as coisas realmente têm tempos e espaços próprios para acontecer.
Se fosse há uns quantos séculos atrás, por exemplo, no tempo em que homossexuais eram condenados e perseguidos, as palavras do sr Nuno teriam sido abençoadas. "Ah, 90% dos homossexuais só o são por moda", então está bem, já que é moda, ninguém se chateia em perseguir um igual aos outros. E no caso do Islão, muitas mortes seriam poupadas:
"Matai aquele homem, é um demónio, um criminoso!"
"Mas senhor, ele apenas segue a moda..."
"Ah... então deixai-o!"
Agora em 2015, em Portugal, não vem a calhar... A pessoa é odiada, massacrada e axincalhada em praça pública porque acusa pessoas que não têm culpa de ter nascido como nasceram de serem responsáveis pelo próprio gosto pessoal. Se houver algum caso de algum homossexual que lhe tenha passado o gosto por homens, convido-o a mostrar-se. Fazia-se um programa das 14 h às 19 h na TVI e a coisa ficava arrumada. Assim como assim, esta nossa sociedade aberta (e o que ela tem mais é abertura! e ui que abertura!) já não vai fazer o senhor esquecer-se das palavras que naquele momento (com a mesma opção de as dizer, que os próprios gays de o serem) disse.

Para quem não sabe o que estou a falar, é só seguir o link abaixo.

http://dioguinho.pt/nuno-da-camara-pereira-90-dos-homossexuais-so-o-sao-por-moda/

Cão do Barrocal Algarvio

Para não ser só depressão neste blogue... porque nem só de depressão vive uma pessoa e se vamos pensar já no fim do mundo, mais vale amanhã ninguém sair da cama e ficarmos todos enfiados nos lençóis, com as mãos na cabeça, a chorar. Ora, como o fim do mundo ainda demora e há notícias noutros campos, partilho agora uma das que costumo mais partilhar na minha página do Facebook:
o Cão do Barrocal Algarvio já é considerado uma raça. A notícia foi dada pelo Clube Português de Canicultura e vem a aumentar as nossas raças caninas autóctones para 11.

A foto também é retirada da página do CPC do Facebook

Alterações climáticas e outros tantos

O mundo está doente, como dizia a nossa querida Mafalda há uns anos atrás.


 Um século depois, o mundo continua doente e infelizmente, só agora, com os efeitos já bastante visíveis, é que as pessoas despertaram para este assunto. 


Se não se mudar o mundo, ele é que muda a gente. Mas, espera, ele já nos está a mudar...


E o estado actual é muito bem representado por este cartoon. 
"Devem uns velar para que outros durmam, e assim envelhece o mundo" escreveu Shakespeare.
O problema deste nosso mundo é que nem uns velam, nem uns dormem e enquanto na metade contrária vemos os problemas que estão a acontecer, nesta metade, não espera pela demora, que a nossa vida pacata também esteja prestes a terminar. Porque as pessoas são diferentes, são fáceis, são controladas, são mortais. Mas o mundo não é. 
Podemos matar pessoas, animais, árvores, plantas, o oceano, destruir o ar, destruir tudo. Mas no final, a morte é lenta e dolorosa...

A ignorância é, às vezes, uma bênção

Contrariamente ao que se possa pensar, por vezes, há certas coisas que é melhor nem saber. Ás vezes, a ignorância é uma bênção. E eu aprendi da pior maneira: por experiência própria.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015


Numa coisa existe uma grande verdade: as pessoas só aprendem quando nos chateamos. Até lá, vão sempre testando os limites. É triste, mas é a realidade. E por vezes, por muito que nos custe, há que deixar a brandura de lado e ser firme na zanga, se não nunca aprendem. É triste, mas é a realidade...

"Feel it"


Feel it - Jacquees (feat. Rich Homie Quan & Lloyd)


[Chorus:]
I'm gon' make you feel it
I'm gon' make you feel it
I'm gon' make you feel it
I'm gon' make you feel it
I'm gon' make you feel it

[Verse 1 - Jacquees:]
Tell me why you wanna be bad,
Tell me why you wanna be bad
Sweating, why you callin' me daddy
Giving you the best you ever had babe
Make me feel like you ain't ever had it
Stretching you out like you are elastic
Turn around, poke it out so I can grab it
Flip that ass over like we in gymnastics, You nasty
Uh Ah baby tell me that you want it deep-er
I don't ever wanna come out
Put you in a coma, you're a sleep-er
I know that your body's spining drowsed (so girl)

[Chorus:]
I'm gon' make you feel it
I'm gon' make you feel it
[Verse 2 - Lloyd:]
Tell me, do you wanna be bad,
Tell me, do you wanna be bad, babe
With the shots, pow pow, you bust off like an uzi
Think I'm gonna need another mat, babe
Back that ass up on me like I'm juvie
Bout nothing but Action in this Movie
It's going down, turn around
Let me feel yo booty
I'm a private in your parts
I'm at duty, girl give it to me
Baby, you remind me of my jeep-er
The way you body's bouncing up and down
Feels like a Tsunami or Katrina
I swear I am deep enough to drown, oh girl

[Chorus:]
I'm gon' make you feel it
I'm gon' make you feel it

[Verse 3 - Rich Homie Quan:]
Take it to the hole play D on ha...
Why she want me on ha...
Easy like a free throw...
Take it I'm a D boy
Talkin' bout girlfriends,
Young nigga, I got three of them
You so insecure 'bout that lil shit damn why a nigga can't see others
Damn why we can't just be lovers
To the end of time I fuck with you forever
Lil freak of mine
Bring that shit together
MakeMake you feel It in yo belly
Hit you from the back I know that
I'm gon' make you feel it



Música excelente para um jantar com uma boa companhia.

Proibido fumar


por Quino


Mundo Quino

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

"Os Oprimidos"

Podia ser o título de um filme de época, cuja história se desenrola na altura da revolução industrial, mas não. É simplesmente o título que melhor define a forma como andamos todos neste país de merda.
"Não estás contente, há quem queira o teu lugar", "achas que ganhas pouco, mas há quem não ganhe nada", "tens sorte por ter um trabalho, porque é que te queixas, seu mal agradecido?".
Então quem se queixa é ímpar na sua ingratidão, quem se queixa é mandrião, quem se queixa é revolucionário, quem se queixa está a pôr a sua cabeça a prémio e a abrir lugar a uma fila de pessoas prontas a não se queixarem.
E é de mordaças que travam a língua, cordas que ferem os pulsos, vida medíocre de árduo trabalho e pouco salário que é feito o dia a dia de milhões de portugueses resignados com a sua sorte.
Úlceras progridem a galope nos estômagos tugas, sapos crescem atingindo dimensões profundamente indigestas, revoltas processam-se em organismos cansados de engolir afrontas, mas prosseguem os patrões em carros de grande categoria, levando vidas de grande ostentação, sob o olhar atento do trabalhador explorado.
Há também aquela classe de elite de entidades patronais que julgam função e obrigação do trabalhador pedir que seja pago o ordenado a tempo e horas e que ficam afrontados caso lhes seja pedido com docilidade o dinheiro a que se tem direito.
E é assim que caminho a passos largos para abraçar o Marxismo, só para abanar um bocadinho o sistema instituído. Depois deixo.

(Não é da minha autoria, blogue A Vontade de Regresso)

Preconceitos do mais alto nível


Ah.... Como é bom viver num mundo sem preconceitos... Quando passam o olhos por notícias como esta não sentem vontade de chorar de alegria e orgulho à mistura? ... Eu cá sinto! 
Com licença...
...Vou só ali limpar as lágrimas. 

“Somente quando observar a última árvore derrubada, o último animal extinto, e o último rio poluído, o homem verá que não se come dinheiro”.

domingo, 6 de dezembro de 2015

não há inteligência profunda sem bondade


(...)


"Aquele que sabe extrair prazer das pequenas conquistas diárias. Aquele que sabe admitir e se desculpar quando erra. Aquele que ama o que tem. Aquele que sabe lutar e perder. Aquele capaz de reconhecer com humor que às vezes é muito bobo.

Em minha opinião, não existe inteligência verdadeira e profunda sem bondade. Todo aquele que usa as habilidades e a facilidade de aprendizado para oprimir, humilhar, tirar proveito das pessoas, planejar vinganças, se sentir superior, se destacar socialmente usando a cabeça dos outros como degrau é no máximo um ser habilidoso e esperto, com raciocínio rápido e coerente.

Para mim, a inteligência superior vai além. Ela engloba caracteres de sociabilidade, ternura , empatia e compaixão. Somos seres cooperativos. E para mim, quem entende melhor esta rede de interinfluências e exercita mais a cooperação, se adapta melhor às leis essenciais da vida."

do site Obvious (favor clicar aqui caso queiram ler o texto integral)



A grande diferença entre a verdadeira inteligência e esperteza. Enquanto que a primeira vale por si, no segundo caso é apenas um conjunto de características que garante a "superioridade" efémera de quem a procura.


Sorry seems to be the haaaaaaardest wooooooorrrrdddddd....



sexta-feira, 4 de dezembro de 2015




"The snow glows white on the mountain tonight
Not a footprint to be seen
A kingdom of isolation
And it looks like I'm the queen

The wind is howling like this swirling storm inside
Couldn't keep it in, heaven knows I've tried

Don't let them in, don't let them see
Be the good girl you always have to be
Conceal, don't feel, don't let them know
Well, now they know

Let it go, let it go
Can't hold it back anymore
Let it go, let it go
Turn away and slam the door
I don't care what they're going to say
Let the storm rage on
The cold never bothered me anyway

It's funny how some distance makes everything seem small
And the fears that once controlled me can't get to me at all
It's time to see what I can do
To test the limits and break through
No right, no wrong, no rules for me
I'm free

Let it go, let it go
I am one with the wind and sky
Let it go, let it go
You'll never see me cry
Here I stand and here I'll stay
Let the storm rage on

My power flurries through the air into the ground
My soul is spiraling in frozen fractals all around
And one thought crystallizes like an icy blast
I'm never going back, the past is in the past

Let it go, let it go
And I'll rise like the break of dawn
Let it go, let it go
That perfect girl is gone
Here I stand in the light of day
Let the storm rage on
The cold never bothered me anyway"

Let it go... the fears that once controlled me can´t get to me at all. 


De Esopo ou não, ainda está em voga


"Um dia, o lobo teve a ideia de mudar sua aparência para conseguir comida de uma forma mais fácil. Então, vestiu uma pele de cordeiro e saiu para pastar com o resto do rebanho, despistando totalmente o pastor. Para sua sorte, ao entardecer, foi levado junto com todo o rebanho para um celeiro. Durante a noite, o pastor foi buscar um pouco de carne para o dia seguinte. Chegando no celeiro, puxou a primeira ovelha que encontrou. Era o lobo fingindo ser um cordeiro."

Moral da História:
Sempre que enganamos os outros, pagamos pelo nosso erro logo em seguida.

Também há a versão proveniente do mestre italiano Lourenço Abstêmio (surgida no século XV “Hecatomythium”):

"Um lobo, vestido em pele de carneiro, misturou-se com o rebanho de ovelhas e acada dia, matava uma das ovelhas. Quando o pastor notou que isso estava acontecendo, ele enforcou o lobo em uma árvore muito alta. Os outros pastores perguntaram por que ele tinha enforcado uma ovelha, a que o pastor respondeu: A pele é de uma ovelha, mas acções eram as de um lobo "

Moral da História: 
Não devemos julgar as pessoas pelo seu comportamento exterior, mas pelas suas obras, pois muitos têm pele de cordeiro e agem como lobos. 

Moral da publicação:
Tarde ou cedo a pele do lobo acaba por cair e as acções (e palavras) acabam por desmascará-lo. É fácil ver quando as pessoas estão a ser falsas, pela postura, linguagem verbal, não verbal, etc. Além do mais, conhecendo um lobo ou outro, é ainda mais fácil reconhecê-los ao longe. Depois o raciocínio mais prático (nem sempre 100% certo) é: diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és. 
Vão pelos mesmos princípios...em vez de os lobos vos atacarem, hão-de vos pedir festinhas! :)

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Feminismo? ... Talvez.

encontrada na página Carol Rossetti, no Facebook

A respeito desta imagem, encontrada por acaso no meu mural do Facebook, tenho que admitir que esta situação, há uns anos, tinha um grande motivo de existência. Apesar de ridícula, ainda assim, havia certamente uma "normalidade" na anormalidade que representava, mas actualmente, para mim, continua a ser uma situação considerada ridícula e bastante mesquinha.
Eu defendo que cada um é livre de utilizar aquilo que quer e com o qual se sente bem, além de que, a roupa não é uma mostra clara de valores do ser humano, longe disso. Eu não mostro tudo aquilo que sou apenas pela roupa que uso, é necessário conhecerem-me para perceber se sou alguém que vale por uma boa companhia ou não. Por isso, acho exagerada a atenção dada à roupa... nada me define, muito menos as aparências. E acredito que muita gente pode ser facilmente enganada se se basear somente nas aparências e não na essência de cada um. Porque da mesma forma que eu penso assim, penso que haja outras pessoas que também o pensam.
Uma mulher não é sinónimo de objecto. Só porque usa saia já é um chamariz para qualquer homem que a veja. Os homens também têm que compreender que cada um usa o que quer e bem lhe apetece e que isto não é sinónimo de se oferecer. Uma mulher tem o corpo muito mais belo que um homem e para felicidade de todos, os homens têm que saber aceitar que realmente cada uma pode usar aquilo que mais gosta, sem ser importunada e acusada de ser uma prostituta gratuita. O primeiro passo é mudar realmente este tipo de mentalidade, senão viveremos sempre num mundo atrasado.

"Coração roubado"

Certas metáforas não deveriam sair de moda. Quando eu era criança, ainda se usava a expressão roubar o coração como sinônimo de seduzir e conquistar. Hoje em dia ninguém mais fala assim. A linguagem foi empobrecendo e com ela a nossa capacidade de exprimir sentimentos importantes.
A imagem do coração roubado parece apenas um clichê, mas ela captura o que há de essencial, involuntário e perigoso no ato de amar. Alguém que rouba o seu coração toma o controle dos seus sentimentos, tira você violentamente de si mesmo, carrega a sua alma com ele ou com ela. De forma muito clara, o tem nas mãos.
Isso não é algo a que a gente se entregue sem opor resistência.
Ser sequestrado emocionalmente pelo amor é coisa assustadora. A gente perde o controle e se torna dependente do outro de uma forma visceral. O que ele pensa, o que ele diz, a forma como nos olha, o dom da sua presença, que pode ser retirado a qualquer momento. Diante dessa ameaça à nossa integridade psíquica, o pedaço sóbrio e racional de nossa mente se encolhe apavorado. Ele antevê desastre, tombo, quebradura. Ter o coração roubado sempre nos traz um medo enorme. Por isso fugimos do sentimento e da situação, mesmo sem perceber.
Temos com o amor uma relação muito mais ambígua do que parece. Publicamente, todo mundo o deseja e procura. Intimamente, a conversa é outra. Temos dúvidas imensas. Entre um sentimento tranquilo que não parece amor e algo assustador que talvez seja, muitas vezes ficamos com o primeiro. Somos românticos de meia pataca. Não achamos que o sofrimento é sublime. Os românticos do século XVIII estavam dispostos a morrer pelo que sentiam. Achavam lindo. Nós também, nos filmes. Na vida real, queremos estar dispostos na manhã de segunda-feira para correr e trabalhar. Somos gente prática.
Um outro jeito de lidar com nossos medos é fingir que não estamos diante do amor. A moça está lá com o Fulano, louco por ela, numa relação bacana, intensa, mas não está segura sobre o que sente. Isso é muito comum. Como ela se atrapalha com os sentimentos, acha que nem gosta muito do Fulano. Tem fantasias constantes com outras situações, outras vidas, outros homens. Até o momento em que o Fulano, cansado da ambiguidade, arruma a trouxa e vai embora. Aí a confusão desaparece e ela descobre que ama da pior maneira possível: cai no sofrimento atroz do abandono, que provavelmente tentava evitar desde o início, por medo.
Esse é um desastre comum, um engano recorrente que acomete os homens com frequência ainda maior. Nós sempre achamos que a vida boa está lá fora. Faz parte da nossa cultura. Esse pensamento nos afasta dos sentimentos do presente e nos mantêm enclausurados numa fantasia indefinida de futuro. Quando desperta desse sonho pueril, o sujeito percebe que perdeu a mulher. Ela se desiludiu e foi embora. Então ele descobre que amava, mas é tarde. A mulher desiludida se torna inalcançável.
Sempre que alguém escreve este tipo de coisa, um outro alguém lerá da forma errada. Pensará naquele sujeito ou naquela mulher que não quer nada com ele ou com ela e concluirá, erroneamente: “Ah, está com medo de admitir que me ama. Está fugindo do que sente por mim”. Bobagem. Quem foge, evita, não volta, não liga e não dá atenção é porque está desinteressado. A confusão de que eu falo aqui acontece no interior de relações verdadeiras. Alguém, por alguma razão misteriosa para si mesmo, tenta não se vincular profundamente. Tem medo. Mas isso acontece depois do envolvimento, depois da atração e provavelmente pela intensidade da atração. Não é gente que transou um par de vezes e não quer mais atender o telefone. Isso é só desencontro e falta de educação.
O medo de amar é coisa mais séria e sutil. Talvez devêssemos procurar por ele em nós mesmos e nas pessoas com quem nos envolvemos. Sempre me lembro de um amigo que tinha uma namorada mas achava que não tinha. A moça estava lá o tempo inteiro, como parte da vida dele, mas ele insistia que aquilo não era sério. Quando a moça se desencantou e partiu, o mundo do cara veio abaixo. Claro. Ele estava apaixonado, mas, por alguma razão, queria imaginar que não era o caso. Quando o comportamento evasivo é recorrente, quando histórias como essa se repetem, talvez tenhamos medo de amar. Ou talvez estejamos lidando com uma pessoa que tem. O que se chama por aí de dedo podre pode ser apenas uma predileção inconsciente por gente incapaz de se entregar aos sentimentos.
Eu gosto da ideia de ter o coração roubado, mas percebo que já fui mais corajoso quanto a isso. Com o passar do tempo e o acúmulo de desilusões – quem não as tem? – a pessoa se torna mais cuidadosa. Sinto que hoje eu me protejo mais do que fazia no passado, e talvez haja nisso alguma sabedoria. Não se deve permitir que qualquer um nos roube o coração. Alguém que nos terá emocionalmente de joelhos deve ser digno desse privilégio. Que seja uma pessoa íntegra e generosa, ao menos. Que seja ela mesma capaz de amar. Quem nos rouba o coração não deveria ter o seu protegido à sete chaves. Acontece, mas não é justo.

texto original do site Época (globo.com), de Ivan Martins

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

"As circunstancias podem mudar a qualquer momento ...
Portanto, não despreze ou maltrate ninguém.
Você pode se sentir poderoso hoje, mas o tempo é mais poderoso que você."


É uma verdade absoluta e só quem já a sentiu na pele pode saber o quanto é real.
Durante este ano que passou (estamos quase no final de 2015) assisti passivamente às notícias que invadiram imensas casas em torno do mundo acerca de tantas mortes de inocentes, tudo por causa da sua religião, dinheiro ou só porque sim. Fora as sempre existentes violações, corrupções, violência doméstica, etc. Pergunto-me: se durante o ano inteiro toda a gente prefere tratar mal toda a gente, para que servem estas datas comemorativas que anunciam amor ao próximo, solidariedade, etc?
Honestamente, para mim o Natal já nada tem que valha a pena. No mundo onde reina a hipocrisia, as campanhas natalícias são desperdício de tempo e de dinheiro. As pessoas só se sentem bem a maltratar-se umas às outras. Há um certo prazer doentio em ver o próximo mal, caído, desgraçado. Crianças carenciadas recebem no Natal aquilo que mais querem...presentes...e no resto do ano, como é que são tratadas?!
Talvez o meu espírito natalício já esteja a desvanecer, mas a realidade é que já não consigo encontrar um motivo de alegria nesta altura do ano e é como o "nosso" papa Francisco diz "está a chegar o Natal e a humanidade ainda não percebeu o que é a paz". Será que alguma vez vai perceber?