quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Dura Praxis


Hoje tive o prazer de assistir só a um momento de praxes na minha terra natal e faz-me sentir saudades do tempo em que era eu a praxar os caloiros (em Évora, ditos "bichos"). 
Apesar de existir uma controvérsia muito grande em relação a este tema, sou completamente a favor delas, desde que quem praxa saiba ser sensato e não abusar. Conseguem-se muitos bons momentos de divertimento tanto para ambos e só traz benefícios sociais (apesar do cansaço - que é muito para ambos - e do dinheiro gasto com elas). 
A polémica acontece quando as pessoas pensam que têm imensos poderes perante os jovens que praticamente chegam lá e não sabem nada (ou seja, todos os bichos que entram pela primeira vez na universidade), mas isto acontece em todo o país. Ao abusarem dos supostos "poderes" que lhes são "concedidos" levam a que algumas vezes humilhem os outros a obrigarem-nos a fazer coisas que não querem mas também ao gasto indevido de dinheiro. Estes casos esporádicos de estupidez (já foram mais frequentes) é que levam aos problemas que se tornam mediáticos chegando mesmo a aparecer nas notícias dos jornais e tv, o que era completamente dispensável, pois estão-se a dar ideias completamente erradas daquilo que é o objectivo das praxes, o que leva a que cada vez mais pessoas se oponham a elas, incluindo mesmo professores e estudantes (e especialmente os pais destes).
Haja sensatez, as praxes servem para se conhecerem uns aos outros, à universidade, à cidade, aos hábitos dos universitários e para se divertirem. Não servem para se aproveitarem das situações e obrigarem os estudantes a fazerem figuras tão tristes que levem a sentir-se humilhados perante os restantes e perante os pais, muito menos a gastarem dinheiro em coisas despropositadas. 
E para os caloiros/bichos: não tenham medo, se souberem as regras e direitos e deveres é tudo muito fácil. Divirtam-se! 
Transcrevendo aquilo que encontrei num blog:

"A capa e a batina negras dos estudantes são símbolos de um patamar de vida que todos podem atingir e, ao atingi-lo, sentem orgulho e gostam de o exibir sob a forma das suas vestes e tradições.
Se, em nome da tradição, se permitem matar animais em público, então, deixem de encontrar nos estudantes bodes expiatórios para os seus erros e frustrações. É altura de olharem para o ensino superior com olhos de ver e para os estudantes como o futuro desta nação, caso contrário, mergulhamos Portugal num poço de ignorância, afogado em novas oportunidades, dívidas e vendido ao desbarato." (daqui)

Só posso mesmo comentar que dou toda a razão àquilo que foi dito e as palavras principais relacionadas com a praxe são mesmo: orgulho e tradição!

Sem comentários: