sábado, 29 de setembro de 2012

Selo verde





Este foi-me oferecido pela Pérola e, como o aceitei tenho algumas regras que tenho que respeitar:

Postar o selo e dizer quem o presenteou;
Dizer 7 coisas sobre mim;
Presentear 15 blogs com o selo.

As sete coisas sobre mim são (que não saibam já):
  • sou teimosa
  • devo ter um problema qualquer de dupla personalidade (devo ter, não quer dizer que tenha!)
  • já não me lembro como se anda de blicicleta (vá, gozem lá)
  • gosto muito do Fernando Pessoa (e do José Régio, mas o primeiro já é mesmo amor ... já é forte)
  • já tive um gato preto chamado Nilo 
  • já criei um pardal 
  • sofro de queda de cabelo (e não sei como parar :( )


Como não sou capaz de escolher apenas 15 blogues para presentear, também o dou. Levem-no :) 




quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Poesia erótica


Façamos um trato esta noite… não sejamos tão realistas.
Você geme e suspira, eu ouço
enquanto minha boca te explora como louco
flutuando em luas surrealistas.
Façamos um trato esta noite… efêmera é esta carne que nos lacra.
O tempo pára enquanto te despes.
O mundo desaba quando te vestes.
Ama-me antes que o pudor te rasgue como faca.
Façamos um trato esta noite… as lágrimas são cristais do coração.
Eu sinto o fel em teus lábios maculados.
Vejo o abismo de teus olhos mascarados
que se escondem atrás de tormentos vãos…
Façamos um trato esta noite… não adianta fugir da própria vida !
Ainda temes a flor pelos espinhos.
Ainda crês que terminaremos sozinhos.
E o amor é não mais que uma mentira.
Façamos um trato esta noite… prometo te convencer na quietude
que o amor ideal é ao desfolhar dos dias
a felicidade nublando nosso ódio
e ter consigo sempre esta virtude.

Angel Hazel

domingo, 23 de setembro de 2012

Por Portugal....

Cabeçalho de notícia: "A paciência das pessoas tem limites" por Alberto João Jardim

Então? Foi agora que se decidiu a despedir-se e vai embora a bem? Vai, sr Alberto?
"A verdade de outra pessoa não está no que ela te revela, mas naquilo que não te pode revelar."

Khalil Gibran 

Os vestidos

"Certo dia, a Beleza e a Fealdade encontraram-se numa praia, e disseram: - Vamos tomar banho no mar.
Tiraram a roupa e começaram a nadar nas águas.
Passado algum tempo, a Fealdade voltou à praia, vestiu a roupa da Beleza e foi-se embora.
A Beleza também saiu do mar mas não achou a sua roupa; e como era demasiado tímida para andar despida, vestiu a roupa da Fealdade e seguiu caminho.
Desde então até hoje, há homens e mulheres que se enganam, e confundem cada uma delas com a outra.
Contudo, há quem tenha contemplado o rosto da Beleza e a reconheça, apesar dos seus vestidos.
E há quem reconheça o rosto da Fealdade, sem que os vestidos a tapem a seus olhos."

Khalil Gibran, "O Vagabundo"

sábado, 22 de setembro de 2012

Carta de Fernando a Ofélia



     Terrivel Bébé
   
      Gosto das suas cartas, que são meiguinhas, e também gosto de si, que é meiguinha também. E é bombom, e é vespa, e é mel, que é das abelhas e não das vespas, e tudo está certo, e o bebé deve escrever-me sempre, mesmo que eu não escreva, que é  sempre, e eu estou triste, e sou maluco, e ninguém gosta de mim, e também porque é que a havia de gostar, e isso mesmo, e torna tudo ao princípio, e parece-me que ainda lhe telephono hoje, e gostava de lhe dar um beijo na bocca, com exactidão e gulodice e comer-lhe a bocca e comer os beijinhos que tivesse lá escondidos e encostar-me ao seu hombro e escorregar para a ternura dos pombinhos, e pedir-lhe desculpa, e a desculpa ser a fingir, e tornar muitas vezes, e ponto final até recomeçar, e porque é que a Ophelinha gosta de um meliante e de um cevado e de um javardo e de um indivíduo com ventas de contador de gás e expressão geral de não estar ali mas na pia da casa ao lado, e exactamente, e enfim, e vou acabar porque estou doido, e estive sempre, e é de nascença, que é como quem diz desde que nasci, e eu gostava que a Bebé fôsse uma boneca minha, e eu fazia como uma criança, despia-a, e o papel acaba aqui mesmo, e isto parece ser impossível ser escripto por um ente humano, mas é escripto por mim .
assinatura de Fernando Pessoa 

Bom dia, alegria!


Quadro de Lee Dubin 

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DOS ANIMAIS


A Declaração Universal dos Direitos dos Animais foi apresentada pela UNESCO em 15 de Outubro de 1978. No entanto, a mesma nunca foi aprovada e não tem qualquer valor legal nem oficial, é apenas uma declaração de princípios.


PREÂMBULO

- Considerando que todo o animal possui direitos;

- Considerando que o desconhecimento e o desprezo destes direitos têm levado e continuam a levar o homem a cometer crimes contra os animais e contra a natureza;

- Considerando que o reconhecimento pela espécie humana do direito à existência das outras espécies animais constitui o fundamento da coexistência das outras espécies no mundo;

- Considerando que os genocídios são perpetrados pelo homem e há o perigo de continuar a perpetrar outros;

- Considerando que o respeito dos homens pelos animais está ligado ao respeito dos homens pelo seu semelhante;

- Considerando que a educação deve ensinar desde a infância a observar, a compreender, a respeitar e a amar os animais;


PROCLAMA-SE O SEGUINTE:

Artigo 1.º
Todos os animais nascem iguais perante a vida e têm os mesmos direitos à existência.

Artigo 2.º
1. Todo o animal tem o direito a ser respeitado.
2. O homem, como espécie animal, não pode exterminar os outros animais ou explorá-los violando esse direito; tem o dever de pôr os seus conhecimentos ao serviço dos animais.
3. Todo o animal tem o direito à atenção, aos cuidados e à protecção do homem.

Artigo 3.º
1. Nenhum animal será submetido nem a maus tratos nem a actos cruéis.
2. Se for necessário matar um animal, ele deve ser morto instantaneamente, sem dor e de modo a não provocar-lhe angústia.

Artigo 4.º
1. Todo o animal pertencente a uma espécie selvagem tem o direito de viver livre no seu próprio ambiente natural, terrestre, aéreo ou aquático e tem o direito de se reproduzir.
2. Toda a privação de liberdade, mesmo que tenha fins educativos, é contrária a este direito.

Artigo 5.º
1. Todo o animal pertencente a uma espécie que viva tradicionalmente no meio ambiente do homem tem o direito de viver e de crescer ao ritmo e nas condições de vida e de liberdade que são próprias da sua espécie.
2. Toda a modificação deste ritmo ou destas condições que forem impostas pelo homem com fins mercantis é contrária a este direito.

Artigo 6.º
1. Todo o animal que o homem escolheu para seu companheiro tem direito a uma duração de vida conforme a sua longevidade natural.
2. O abandono de um animal é um acto cruel e degradante.

Artigo 7.º
1. Todo o animal de trabalho tem direito a uma limitação razoável de duração e de intensidade de trabalho, a uma alimentação reparadora e ao repouso.

Artigo 8.º
1. A experimentação animal que implique sofrimento físico ou psicológico é incompatível com os direitos do animal, quer se trate de uma experiência médica, científica, comercial ou qualquer que seja a forma de experimentação.
2. As técnicas de substituição devem ser utilizadas e desenvolvidas.

Artigo 9.º
1. Quando o animal é criado para alimentação, ele deve ser alimentado, alojado, transportado e morto sem que disso resulte para ele nem ansiedade nem dor.

Artigo 10.º
1. Nenhum animal deve de ser explorado para divertimento do homem.
2. As exibições de animais e os espectáculos que utilizem animais são incompatíveis com a dignidade do animal.

Artigo 11.º
1. Todo o acto que implique a morte de um animal sem necessidade é um biocídio, isto é um crime contra a vida.

Artigo 12.º
1. Todo o acto que implique a morte de grande um número de animais selvagens é um genocídio, isto é, um crime contra a espécie.
2. A poluição e a destruição do ambiente natural conduzem ao genocídio.

Artigo 13.º
1. O animal morto deve ser tratado com respeito.
2. As cenas de violência de que os animais são vítimas devem ser interditas no cinema e na televisão, salvo se elas tiverem por fim demonstrar um atentado aos direitos do animal.

Artigo 14.º
1. Os organismos de protecção e de salvaguarda dos animais devem estar representados a nível governamental.
2. Os direitos do animal devem ser defendidos pela lei como os direitos do homem.

Zootecnia

(retirado de uma apostila de Zootecnia) - Técnica ou arte de criar animais. 

(chamemos-lhe arte, sff!) 

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Fernando Pessoa por Almada Negreiros



ODE A FERNANDO PESSOA

"Tu que tiveste o sonho de ser a voz de Portugal
tu foste de verdade a voz de Portugal
e não foste tu!
Foste de verdade, não de feito, a voz de Portugal.
De verdade, e de feito só não foste tu.
A Portugal, a voz vem-lhe sempre depois da idade
e tu quiseste acertar-lhe a voz com a idade
e aqui erraste tu,
não a tua voz de Portugal
não a idade que já era de hoje.
Tu foste apenas o teu sonho de ser a voz de Portugal
o teu sonho de ti
o teu sonho dos portugueses
só sonhado por ti.
Tu sonhaste a continuação do sonho português
somados todos os séculos de Portugal
somados todos os vários sonhos portugueses
tu sonhaste a decifração final
do sonho de Portugal
e a vida que desperta depois do sonho
a vida que o sonho predisse.
Tu tiveste o sonho de ser a voz de Portugal
tu foste de verdade a voz de Portugal
e não foste tu!
Tu ficaste para depois
E Portugal também.
Tu levaste empunhada no teu sonho 
a bandeira de Portugal
vertical
sem pender para nenhum lado
o que não é dado pra portugueses.
Ninguém viu em ti, Fernando,
senão a pessoa que leva uma bandeira
e sem a justificação de ter havido festa.
Nesta nossa querida terra onde ninguém a ninguém admira
e todos a determinados idolatram.
Foi substituído Portugal pelo nacionalismo
que é maneira de acabar com partidos
e de ficar talvez o partido de Portugal
mas não ainda talvez Portugal!

Portugal fica para depois 
e os portugueses também
como tu."

Pintura e Poesia por Almada Negreiros


Música do dia - The Weeknd

Relaxing music..... 


The Weeknd - High for this



quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Música do dia - Portishead


Portishead - Glory box



Quanto, Quanto me Queres?

"Quanto, quanto me queres? - perguntaste 
Olhando para mim mas distrahida;
E quando nos meus olhos te encontraste,
Eu vi nos teus a luz da minha vida.

Nas tuas mãos, as minhas, apertaste.
Olhando para mim como vencida,
«...quanto, quanto...» - de novo murmuraste
E a tua boca deu-se-me rendida!

Os nossos beijos longos e anciosos,
Trocavam-se frementes! - Ah! ninguem
Sabe beijar melhor que os amorosos!

Quanto te quero?! - Eu posso lá dizer!...
- Um grande amôr só se avalia bem
Depois de se perder."

António Botto, in 'Canções'

A Sesta - Almada Negreiros (1939)


sábado, 15 de setembro de 2012

Desmistificação de superstições

É muito fácil, como através da lógica, podemos afirmar a veracidade de muitas superstições a que sempre as pessoas deram importância. Nesta publicação irei demonstrar algumas. .

Portanto, há mesmo uma razão plausível para se ter medo de gatos pretos: eles podem arranhar;
também é verdade que dá azar passar debaixo de uma escada porque ela pode-nos cair em cima;
não convém partir um espelho, porque podemos-nos cortar;
abrir guarda-chuvas dentro de casa pode levar a que se parta alguma coisa;
se três pessoas beberem da mesma garrafa pode de facto morrer a mais nova (se for a mais fraca imunitáriamente e as outras tiverem alguma doença transmissível por saliva)...

De momento não me recordo de mais nenhuma, mas o meu objectivo era mesmo comprovar que as pessoas têm toda a razão em acreditar nas superstições, elas são baseadas, como se vê, num fundo de verdade.

(nova) definição de museus

Museus: armazéns de peças carregadas de significado. Ao se retirar o significado, ficam as peças (iguais a tantas outras) sem qualquer tipo de importância, somente tendo valor financeiro. 

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

A minha inspiração varia consoante a minha vontade

e por isso, tenho a dizer que por vezes leio com cada forma de escrever que em pensamento me surge a ideia: "que merda é esta?"
Bem sei que cada um é como é, eu tenho o meu estilo e também haverá quem não goste, mas algumas vezes acho que as pessoas já não querem saber de desafios estimulantes ou de beleza contida nos textos literários, quanto mais mal escrito, melhor. Não falo daqueles que adoram a leitura e com tudo se contentam, falo daqueles que tanto nesse assunto como noutros, gostam de dar a entender aquilo que não são e se querem sentir "na moda".